A população, sem imunidade contra essa linhagem, enfrenta uma situação de risco potencial agravada pela continuidade da circulação dos sorotipos 1 (DENV-1) e 2 (DENV-2).
A descoberta foi feita por pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em artigo publicado no Journal of Clinical Virology.
"Se o sorotipo 3 se estabelecer novamente em um cenário de cocirculação com outras variantes, isso pode levar a formas severas de epidemias", explica Maurício Lacerda Nogueira, professor da Famerp e um dos autores do estudo.
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Vigilância genômica e epidemiológica 2rb18
Os pesquisadores da Famerp monitoram há mais de 20 anos os vírus da dengue e outras arboviroses em São José do Rio Preto, cidade com condições climáticas propícias para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, 31 amostras testaram positivo para DENV-3, com sintomas como dor muscular, febre e cefaleia. Durante esse período, os casos de DENV-3 cresceram de forma significativa, tornando-se o principal agente causador de dengue na cidade.
O estudo também revelou que a linhagem viral encontrada é semelhante à que circulou no Caribe e na Flórida entre 2022 e 2024, indicando que o surto nessa região contribuiu para a disseminação do DENV-3 no Brasil.
Risco de novas epidemias 6j5f17
Historicamente, o Brasil tem enfrentado epidemias de dengue com diferentes sorotipos. No último surto nacional, em 2021, o DENV-1 foi o principal causador. Pesquisas apontam que infecções sequenciais com DENV-1 e DENV-3 estão associadas ao aumento da gravidade da doença.
Entretanto, os pesquisadores da Famerp não observaram aumento da gravidade entre os pacientes monitorados no estudo recente, o que não diminui a necessidade de vigilância.
"A vigilância molecular e genômica é essencial para preparar e responder adequadamente aos surtos de dengue", destaca Nogueira.
Cenário epidemiológico e fatores de risco 5a6tx
O Brasil continua sendo o país mais afetado pela dengue nas Américas, com circulação constante dos quatro sorotipos. A reemergência do DENV-3 é preocupante, especialmente porque o número de casos subiu de menos de cem, entre 2010 e 2022, para 1.008 em 2024.
As mudanças climáticas e a expansão da presença do Aedes aegypti em áreas tropicais e subtropicais também contribuem para o aumento da disseminação da doença.
O estudo reforça que a introdução de novos sorotipos pode causar escapes imunológicos, levando a epidemias. Esse padrão foi observado anteriormente com o SARS-CoV-2 durante a pandemia de COVID-19 e agora se repete com o DENV-3.
O artigo completo, intitulado Early insights of dengue virus serotype 3 (DENV-3) re-emergence in São Paulo, Brazil, está disponível aqui.
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