O fortalecimento dos territórios de atuação da rede de acolhimento e atendimento é um dos desafios identificados por parte da equipe do eixo de mapeamento do Cultura de Paz e Prevenção das Violências: tecendo redes”, projeto em parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Na sequência dos trabalhos de identificação e conhecimento dos fluxos das instituições e pessoas à frente das redes relacionadas às temáticas das violências e da cultura de paz, os integrantes do projeto foram recebidos na Secretaria de Educação (SE), nesta segunda-feira, 10, por representantes do Departamento de Inclusão e Atenção ao Educando (Diae).
A gerente do Diae, Ana Paula Xavier, explica que já existe uma rede de proteção às crianças que sofrem violência, ou tem algum de seus direitos violados. Essa estrutura é constituída por Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pela assistência social, através do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Entretanto, no que tange a territorialidade, ela pontua que ainda há obstáculos. ”Temos uma grande dificuldade que é a territorialidade, que não acontece de forma uniforme entre assistência, educação e a saúde. Temos UBSs que não são do Creas e do Cras e isso pra gente é uma grande dificuldade. Então, espero que esse mapeamento nos fortaleça na estrutura no entendimento dessa territorialidade, para que possamos fazer uma sobreposição mais assertiva para garantir o direito das crianças”.
O professor coordenador do eixo de mapeamento, Wagner Batella, destaca a importância da reunião para o prosseguimento dos trabalhos e das reflexões geradas. ”Foi muito rico e proveitoso. A educação, sem sombra de dúvidas, é a responsável pelo equipamento que é a porta de entrada da rede (de denúncia e acolhimento das vítimas de violência). Trabalhamos com um público que se configura como mais vulnerável. Na reunião de hoje, foi explicado como o fluxo funciona, apontamentos para o futuro, além de discutirmos pautas futuras que a educação demanda para se pensar uma rede de acolhimento das vítimas".
A professora do curso de Geografia da UFJF e uma das coordenadoras do Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (Nugea), Clarice Cassab, evidencia a possibilidade de mapear quais outros equipamentos, serviços e atores podem ser abordados em uma próxima etapa. A professora sintetiza que ”a principal demanda é fazer a consolidação dessa rede, e fazer com que as entidades e os equipamentos que fazem parte desta rede comecem a conversar mais e conhecer um sobre o outro”.
A bolsista do projeto e aluna de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ana Carolina Reis, salienta a importância do encontro para o eixo de mapeamento. ”Contribuiu muito para entendermos melhor como abordar violência de uma forma mais assertiva em Juiz de Fora”.
O Eixo de Mapeamento do projeto Cultura de Paz
O eixo de mapeamento, dentro do projeto, é uma parte que estrutura a rede de atenção à questão da violência. Ele se divide em etapas. A primeira busca reconhecer quais são as instituições que fazem parte da rede de acolhimento às vítimas de violência no município. Normalmente, estão entre as unidades de atendimento: delegacias, hospitais, Centros de assistência social e até mesmo escolas. Em seguida, os integrantes do eixo fazem um levantamento qualitativo acerca de como elas funcionam, para identificar as limitações e potenciais de cada uma.
Na segunda etapa é feita uma análise espacial, onde o foco é fazer um levantamento de onde esses equipamentos estão localizados e quais relações apresentam com os territórios onde se situam, como, por exemplo, características de renda, populacional e sociais do público que atendem.
Cultura de Paz e Prevenção das Violências: Tecendo Redes
O Projeto é uma parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e busca contribuir para o desenvolvimento do Plano Municipal de Fortalecimento da Vigilância das Causas Externas da PJF. A iniciativa tem duração de seis meses e vai contar, ainda, com fóruns e campanhas que pretendem alcançar as comunidades e sensibilizá-las para o debate sobre o tema e para a busca de soluções para as diferentes demandas.
Outras Informações: @culturadepaz ou