O prefeito Antônio Almas (PSBD), em transmissão ao vivo nesta terça-feira (17), deu o tom do momento crítico que Juiz de Fora vivencia devido ao agravamento dos índices epidemiológicos. O chefe do Executivo deixou claro que, no momento, não há orientação para que se proceda com uma nova regressão dentro do Minas Consciente, mas, por outro lado, medidas mais drásticas não estão descartadas.
“Podemos buscar, na necessidade que isso se estabelecer, fazer valer a onda vermelha ou ainda sermos mais restritivos na própria onda amarela”, enfatizou Almas, que ainda acrescentou: “O risco de colapso do sistema de saúde sempre existirá, mesmo aumentando o número de leitos. Precisamos que haja diminuição da transmissibilidade."
Diante do cenário emblemático, Almas reforçou a responsabilidade de cada cidadão no combate à Covid-19. “Vou ser insistente nesse assunto. Estamos vivendo um momento de aumento de casos. Estamos vendo muita aglomeração: eventos clandestinos, comícios e eventos políticos. Aproveito e faço um alerta aos comerciantes também: cumpram os protocolos, porque não se pode descartar o risco de uma evolução ruim justamente na época do Natal.”
Conforme dados consolidados da Prefeitura, Juiz de Fora registrou 597 pessoas infectadas pela doença na semana ada. O número só foi menor do que o registrado na semana de 28 de junho a 4 de julho, quando 626 casos foram confirmados. Até o fechamento desta matéria, o Município totaliza 28.162 suspeitas de ocorrências da doença, 8.179 pessoas contaminadas e 283 óbitos.
Em atualização do gerencial da Covid-19 na manhã desta quarta-feira (18), 236 pessoas estão internadas em virtude da Covid-19, sendo 81 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 155 em enfermaria. A taxa de ocupação de UTI do Sistema Único de Saúde é de 81,42% e, no sistema privado, 78,80%.
“Temos um quadro que se agrava e precisamos entender isso. Nunca tivemos tantos pacientes em enfermaria e um aumento significativo em leitos privados. Estamos vendo atos de irresponsabilidade, que vamos pagar caro. Será preciso cada um de nós perder alguém querido para termos responsabilidade?”, avaliou Almas.
A taxa de isolamento médio é de 40%. A cidade já chegou a 60%. Conforme a istração Municipal, além do isolamento ter diminuído, a falta de distanciamento, o não uso ou uso incorreto de máscara e o não cumprimento de regras mínimas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel, são fatores individuais que trazem reflexos diretos no aumento da doença.
“Saiamos de qualquer conflito ideológico ou eleitoral neste momento. Cada um, individualmente, pode fazer a diferença. Seguindo regras simples, como uso de máscara, distanciamento, só sair se for preciso, fazer a higienização correta das mãos e superfícies de contato. Além disso, os donos de bar têm que garantir a segurança dos clientes, mas quem frequenta também. Precisamos assumir a responsabilidade disso. Ninguém sabe como foi difícil conseguir a ampliação dos leitos de UTI, pois não é só o espaço físico. Existe burocracia com o estado e Governo federal, precisa de equipe, de gente que está se expondo e pode morrer por causa da sua exposição irresponsável”, finalizou o prefeito.