De acordo com pesquisa realizada com 2.615 empresários do setor entre os dias 24 e 31 de junho pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), quase metade das empresas (42%) estão com dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos. Na Zona da Mata, entre as que têm débitos em atraso, quase a totalidade (92%) devem impostos federais- percentual superior à média nacional que é de 80% - como imposto de renda, PIS/Cofins ou parcelas do simples. Outras 62% devem impostos estaduais, 31% encargos trabalhistas, 23% serviços de água/luz/gás/telefonia, 15% em taxas municipais, 15% estão com o aluguel atrasado e 8% têm débitos com fornecedores de insumos.
A pesquisa também revelou que 24% das empresas trabalham no prejuízo, quase o mesmo percentual registrado na última pesquisa (25%). No entanto, cresceu o número de empresas realizando lucro (de 40% em abril para 43% em maio) e diminuiu o número de empresas em equilíbrio (de 35% para 32%).
A presidente da Abrasel Zona da Mata, le Galil revela que “continua alto o índice de empresas operando em prejuízo e com pagamento em atraso em relação a dívidas vencidas com impostos, fornecedores e ou serviços públicos. Os números revelam que o setor de alimentação fora do lar em nossa região ainda a por dificuldades ocasionadas pela pandemia, mas busca se reerguer”.
De acordo com o presidente da Abrasel Nacional, Paulo Solmucci, “cerca de 10% do faturamento, em média, está comprometido com dívidas. Isto no momento em que discutimos no congresso a reforma tributária". Para minimizar os impactos da reforma a Abrasel conseguiu costurar um acordo com apoio de parlamentares da Frente de Comércio e Serviços, de integrantes do grupo de trabalho da reforma tributária e de representantes do governo federal. O acordo prevê uma Proposta de Emenda à Constituição que trata da reforma tributária no Congresso e que trará no texto um tratamento diferenciado aos bares e restaurantes, com uma alíquota especial às empresas do setor que estão no regime de lucro real ou de lucro presumido. “A decisão traz alívio ao setor, que corria o risco de ter um aumento de mais de 100% na carga tributária para os optantes desses dois regimes”, afirma Solmucci que explica ainda que com a proposta “para quem está no Simples, nada muda”.
Empresas buscam equilíbrio
le Gali destaca que “o setor sofre com a falta de mão deobra qualificada e 89% das empresas contratam pessoas sem experiência, ofertando o primeiro emprego. Mas cada vez mais os empresários do setor buscam apostar na valorização de seus colaboradores através de reajustes acima da convenção coletiva, premiando desempenho e ofertando participação nos lucros. É uma forma de atrair mão de obra, reter funcionários, premiar desempenho e/ou ajustar-se ao mercado procurando resultados que minimizem os prejuízos acumulados durante a pandemia”.
Neste sentido a pesquisa revela que 47% das casas pesquisadas fizeram reajuste acima da convenção coletiva, em 76% dos empreendimentos há uma política de ascensão profissional e 3 em cada 4 empresas têm política, mesmo que informal, para reconhecer e promover talentos.
“Mesmo com dificuldades o setor tem se mobilizado, buscando alternativas em parceria com o poder público para a realização de eventos como o Festival de Torresmo em agosto e o JF Sabor que acontece entre 1 de setembro e 1 de outubro. Também teremos diversos feriados e as festas de fim de ano que prometem trazer bons resultados neste segundo semestre”, ressalta Galil.
A expectativa segundo a pesquisa é que 33% das empresas façam novas contratações. De acordo com os dados outras 45% querem manter o quadro atual e apenas 16% indicaram que pretendem demitir. 6% ainda não planejaram ou não souberam responder.
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