Trinta e uma composições autorais do Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva, considerado patrimônio cultural imaterial de Juiz de Fora, arão por registro oficial visando a salvaguarda de sua obra. Coordenado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) através da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o processo ocorrerá em fases, com financiamento proveniente de emenda parlamentar da vereadora Tallia Sobral.
Todas as composições, pertencentes a Nelson Silva (1928-1969), serão registradas sob a supervisão da historiadora Carine Muguet, do Departamento de Memória e Patrimônio Cultural (Dmpac) da Funalfa. A Associação Cultural Bloco Afro Ilú Àse Muvuka foi contratada para realizar a primeira fase do processo, incluindo a elaboração de partituras para as 31 composições, das quais 15 estão em formato de papel (letras apenas) e serão gravadas. As outras 16 estão registradas em um CD lançado pelo grupo em 2003, encartado no livro "O Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva", de Osvair Antônio de Oliveira.
A contratação da empresa para conduzir o serviço é considerada uma abordagem eficaz e inovadora na istração dos bens culturais municipais, visando agilizar a concretização do Plano de Salvaguarda e atualização do Registro do Batuque. Além disso, busca-se gerar renda para seus detentores, contribuindo para a preservação das tradições culturais associadas. A Associação Cultural Bloco Afro Ilú Àse Muvuka ficará responsável pela confecção das partituras e gravação das 16 músicas, fornecendo e técnico e jurídico para o registro formal nos órgãos competentes. O contrato também prevê a obtenção da Carta de Cessão de Direitos Difusos da família de Nelson Silva para o representante legal do Batuque Afro-brasileiro, bem como a realização de todas as atividades em consulta aos membros do grupo.
O prazo estipulado para a execução desta etapa é de três meses, com possibilidade de extensão, sendo necessário o fornecimento de toda documentação comprobatória do registro das músicas, em formato físico e digital, à Funalfa para inclusão no processo istrativo. Após a conclusão da primeira fase, financiada pelo Fundo Municipal de Patrimônio Cultural (Fumpac), está previsto o início da segunda etapa. Esta fase buscará a filiação do Batuque a uma associação nacional de compositores para viabilizar o cadastro das músicas em plataformas de streaming e rádios locais.
O Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva, composto por indivíduos negros, todos com mais de 60 anos, é considerado patrimônio cultural imaterial do município desde 2007, pelo Decreto nº 9.085 de 15 de janeiro. Fundado em 1964, o grupo é uma expressão significativa da cultura popular de Juiz de Fora, representando a resistência das tradições de origem africana na região.
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