O tomate, item básico na mesa dos brasileiros, tornou-se o principal vilão da inflação em abril, segundo a prévia do IPCA-15 divulgada pelo IBGE. Com um aumento de 32% no preço, o alimento foi responsável por 18,6% da alta geral do índice, pressionando o orçamento das famílias e refletindo os desafios da produção agrícola no país. Esse cenário evidencia a vulnerabilidade da cadeia de hortifrútis a fatores como clima, custos de insumos e logística, que impactam diretamente o preço final ao consumidor. 

Além das condições climáticas adversas, que afetam a safra e reduzem a oferta, outros elementos contribuíram para a disparada do tomate. O aumento nos custos de fertilizantes e combustíveis, agravados pela instabilidade econômica global, encareceu a produção e o transporte. Em regiões onde o tomate é cultivado, como São Paulo e Minas Gerais, chuvas irregulares e geadas prejudicaram a colheita, reduzindo a disponibilidade no mercado. Como resultado, os preços subiram rapidamente, impactando não apenas o consumidor final, mas também setores como restaurantes e indústrias de molhos. 

Em Juiz de Fora, a disparada de preços também é observada. Na Central de Abastecimento (Ceasa), o tomate registrou alta de 25% no período analisado pelo IPCA-15, entre 18 de março e 14 de abril deste ano.

O responsável pelo Box Nutri Sempre, localizado no Mercado Municipal, Márcio Henrique Pereira Poçal, afirma que os custos foram reados ao consumidor. “O reajuste foi significativo. Se antes era R$ 6, ou para R$ 12 — um aumento de 100%”, explica.

O impacto do tomate no IPCA-15 serve como um alerta para a necessidade de políticas públicas que mitiguem a volatilidade dos preços de alimentos essenciais. Investimentos em tecnologia agrícola, estoques reguladores e logística eficiente poderiam reduzir a dependência de fatores climáticos e econômicos externos. Enquanto isso, os brasileiros precisam adaptar-se a uma realidade em que um único produto pode pesar significativamente no bolso, reforçando a urgência de medidas que garantam maior estabilidade nos preços dos alimentos.

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